Quando Alassane Ouattara chegou ao poder na Costa do Marfim, em 2011, pondo fim ao longo reinado de Laurent Gbagbo, foi o culminar de uma longa luta para chegar ao topo.
Antes, este economista, antigo quadro do FMI e primeiro-ministro no início dos anos 90, tinha-se visto impedido por duas vezes de concorrer à presidência, porque a mãe é natural do Burkina Faso. As autoridades alegavam dúvidas sobre a nacionalidade para o impedirem de roubar o poder a Gbagbo.
Ao fim de duas tentativas falhadas de disputar a presidência, Ouattara conseguiu. Se venceu as eleições de 2010 nas urnas, só com a força das armas é que desalojou Gbagbo do poder. A ONU deu Ouattara como vencedor, mas os resultados oficiais deram a vitória ao presidente reinante.
Às eleições seguiram-se vários meses de crise e um conflito que fez cerca de 3000 mortos. A vitória definitiva só chegou em abril de 2011, com a prisão de Gbagbo por parte das forças francesas.
Ouattara entra agora num segundo mandato depois de cinco anos pacíficos, marcados pelo relançamento da economia marfinense, com o regresso do investimento estrangeiro e com a aposta nas infraestruturas, energia, agricultura e serviços. O país parece ter recuperado rapidamente a estabilidade e as eleições decorreram sem incidentes.