O presidente russo, Vladimir Putin, somou-se ao Reino Unido e ordenou nesta sexta-feira a suspensão de todos os voos para o Egipto, numa mudança de postura que pode dar mais força à hipótese britânica de que uma bomba derrubou o Airbus 321 na Península do Sinai. Até então, as autoridades russas vinham defendendo a necessidade de esperar a conclusão das investigações do acidente e não haviam tomado nenhuma decisão sobre os voos, mesmo após o Reino Unido cancelar todas as partidas e pousos no aeroporto do balneário de Sharm el-Sheikh - a cidade egípcia de onde partiu o avião russo que caiu no sábado.
Putin também se comprometeu em assegurar o retorno dos cidadãos em Sharm el-Sheikh, um dos destinos mais populares entre os russos. Segundo o chefe da agência estatal de Turismo, actualmente há 45 mil russos no local.
Após dois dias retidos no balneário, os 20 mil turistas britânicos começaram a ser repatriados nesta sexta-feira. A operação, no entanto, foi marcada por confusão e caos, além de informações conflituantes. As autoridades egípcias autorizaram apenas oito dos 29 voos previstos para esta sexta-feira.
Em um comunicado, a companhia EasyJet afirmou que alguns de seus voos foram cancelados - versão inicialmente rejeitada pelo Egipto. Um porta-voz do primeiro-ministro britânico, David Cameron, descreveu a situação no aeroporto de Sharm como “difícil”.
As autoridades egípcias atribuíram os problemas registados no aeroporto de Sharm à capacidade limitada do terminal. O Ministério de Aviação Civil do país chegou a negar que as autoridades ou os serviços de segurança tivessem impedido as companhias aéreas de voarem para o aeroporto de Sharm.