Ao mesmo tempo que as maiores economias do mundo se reúnem na próxima semana na cimeira do G20, em Antália, na Turquia, na vizinha síria decorre uma guerra civil, com consequências para todo o Médio Oriente e Europa. Este tema vai entrar na agenda do encontro, sobretudo depois da Rússia ter começado a atacar alvos do auto-proclamado Estado Islâmico na Síria. A Turquia quer propôr um plano com o qual se estabelece uma zona segura no norte da Síria.
Mensur Akgun, professore da Universidade Kultur de Istambul acredita que a economia global não pode ser o único tema em discussão na cimeira deste ano: “todos os participantes estão, de uma forma ou de outra, interessados na Síria. Para os membros europeus, para os Estados Unidos e para Rússia o problema comum são os acontecimentos na Síria. A Cimeira vai decorrer numa cidade muito próxima do território sírio. Acredito que o mais provável é que uma parte do encontro se concentre neste tema”.
Com os ataques do Estado Islâmico na Europa e o recrutamento de militantes também na Europa como pano de fundo, os líderes ocidentais também estão preocupados com a chegada em massa de refugiados sírios à Turquia e à Grécia. De acordo com a Organização Mundial de Migrações, só este ano terão chegado por mar à Europa, mais de 700 mil refugiados. Mas poucos esperam que desta cimeira do G20 saiam grandes medidas para resolver a crise.
O professor Mensur Akgun lembra que “já foram feitas, no passado, muitas promessas. Mas até agora só foram entregues menos de 400 milhões de dólares. Não acredito que apareça mais alguma ajuda. O mais importante é que o apoio financeiro seja sustentável. Imaginemos que hoje chegam 3 mil milhões de euros, mas amanhã acaba o apoio. O que aconteceria? Não faz sentido porque os refugiados vão ficar na Turquia durante anos. Deviam ser desenvolvidos programas mais amplos de educação, saúde e integração na estrutura social turca”.