A União Europeia (UE) apelou ao Haiti neste sábado para que seja definido rapidamente um novo calendário eleitoral, depois da suspensão pela terceira vez do segundo turno das eleições. A segunda rodada da disputa presidencial e das legislativas parciais estavam programadas para este domingo.
De última hora, o presidente do Conselho Eleitoral do Haiti, Pierre Louis Opont, anunciou na sexta-feira que o pleito seria adiado por razões de segurança e preocupações com uma escalada de violência após o candidato opositor, Jude Célestin, se recusar a participar do processo. Ele não precisou uma nova data para o pleito.
Em um comunicado divulgado pela chefe da diplomacia europeia, Frederica Mogherini, a UE destacou a necessidade de se garantir “a ordem constitucional e a continuidade do Estado, e permitir que os eleitores haitianos exerçam plenamente os seus direitos políticos.” O bloco enviou uma missão de 60 pessoas ao país para observar o processo eleitoral.
Jude Célestin convocou os eleitores a boicotar a votação ao levantar a possibilidade de fraude no processo eleitoral. A oposição exige a investigação de denúncias de fraude durante o primeiro turno, realizado no dia 25 de outubro, no qual o candidato governista, Jovenel Moise, obteve 32,76% dos votos, enquanto Celestin somou 25,29%.
Durante dois meses, a oposição denunciou um “golpe de Estado eleitoral” encabeçado pelo presidente Michel Martelly, que não pode disputar um segundo mandato consecutivo, de acordo com a Constituição.