O Papa recebeu esta Terça-feira o presidente da República Islâmica do Irão, Hassan Rouhani, anunciou o Vaticano em comunicado.
Em cima da mesa estiveram temas como o acordo nuclear iraniano, o combate ao terrorismo e o tráfico de armas.
“Falou-se da conclusão e aplicação do novo acordo nuclear e colocou-se em destaque o papel significativo que o Irão está chamado a desempenhar, juntamente com outros países da região, na promoção de soluções políticas adequadas para as diversas problemáticas que afligem o Médio Oriente, combatendo a difusão do terrorismo e o tráfico de armas”, revela a sala de imprensa da Santa Sé.
O presidente do Irão reuniu-se ainda com os principais responsáveis da diplomacia da Santa Sé, o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, acompanhado por D. Paul Richard Gallagher, secretário do Vaticano para as relações com os Estados.
A nota oficial da Santa Sé sublinha que os decorreram numa “atmosfera de cordialidade”, com referência a “valores espirituais comuns” e ao “bom estado” das relações bilaterais.
“Recordou-se a importância do diálogo inter-religioso e a responsabilidade das comunidades religiosas na promoção da reconciliação, da tolerância e da paz”, acrescenta o comunicado de imprensa.
Esta foi a primeira audiência de um líder iraniano com o Papa em mais de 16 anos, depois de Mohammad Khatami se ter reunido com João Paulo II em 1999.
O encontro na Biblioteca Privada do Papa durou 40 minutos, no final dos quais o presidente iraniano, com a ajuda de um intérprete, deixou um pedido a Francisco: “Peço-lhe que reze por mim”.
O Papa retribuiu com votos de “paz”, já depois de ter recebido como presente um livro e um tapete feito em Qom e de ter oferecido uma cópia da encíclica ‘Laudato Si’, em inglês e árabe, para além do tradicional medalhão de São Martinho a ajudar um pobre.
Rohani foi acompanhado por uma delegação de 12 pessoas, incluindo o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Mohammad Javad Zarif.
O presidente iraniano chegou esta segunda-feira à Itália, primeira etapa de uma viagem à Europa que acontece após a implementação do acordo nuclear.
Francisco disse no último dia 11 que o chamado acordo sobre o nuclear iraniano pode “contribuir para favorecer um clima de desanuviamento na região”.
Em julho de 2015, a Santa Sé saudou o anúncio do acordo sobre o programa nuclear de Teerão, que considerou “positivo”, deixando votos de que se estenda a outras áreas.
O Irão e o chamado ‘Grupo 5+1’ - os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) mais a Alemanha - alcançaram este acordo em Viena.