O secretário-geral das Nações Unidas Ban Ki-moon chegou, na tarde desta segunda-feira (22), a Bujumbura, em sua primeira visita a Burundi desde o início da crise política neste país em Abril de 2015.
Burundi está afundando em uma profunda crise política desde a candidatura, no final de abril de 2015, do presidente Nkurunziza a um terceiro mandato, ao qual foi eleito em julho passado.
Mais de 400 pessoas morreram desde o início desta crise, que também provocou o exílio de mais de 240 mil burundinês, a detenção de mil pessoas e a acusação de execuções extrajudiciais sobre as forças de ordem nacionais.
Durante a visita de 24 horas, Ban tentará, esta terça-feira, convencer o presidente Pierre Nkurunziza a desistir de sua oposição às negociações de solução para a crise.
Centenas de pessoas favoráveis ao poder, entre elas muitos membros dos Imbonerakure, liga de jovens do partido presidencial, foram levados de ônibus pela estrada que liga o aeroporto de Bujumbura ao hotel onde estará o secretário-geral da ONU, na margem do lago Tanganyika.
Ban irá participar de uma entrevista, segundo seu programa oficial, com responsáveis dos partidos políticos e de várias ONGs instaladas em Burundi, assim como com o ministro das Relações Exteriores Alain-Aimé Nyamitwe.
Horas antes da chegada do secretário-geral, a capital do país foi palco de novos ataques com granadas, lançadas por pessoas ainda não identificadas que circulavam de moto.
Duas granadas explodiram em dois mercados no norte da cidade, causando ao menos duas mortes e cerca de 10 feridos. Uma terceira granada não provocou vítimas.