A Etiópia está a atravessar a pior seca dos últimos 50 anos, devido ao agravar do fenómeno meteorológico El Niño.
O número de pessoas em risco de fome triplicou desde o início de 2015.
As sementes habitualmente plantadas de Março a Maio foram comidas pelas famílias ou gastas em plantações falhadas e a comida para o gado também não existe, diz a agência das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
A água contaminada bebida pela população e partilhada com os animais representa um risco acrescido de doenças.
Rosanne Marchesich, líder da equipa de resposta da FAO diz terem sido registadas “perdas de cinquenta a noventa por cento nas culturas e no gado. E na parte este do país, destruição total.”
Há necessidade de provisão de sementes para plantar e aproveitar as chuvas de primavera e de verão, que devem começar em Junho. Estas plantações produzem cerca de 85% do total agrícola produzido na Etiópia.
Segundo o gabinete etíope da agricultura, são mais de 7 milhões os agricultores e pastores que precisam de sementes de culturas variadas e de alimentação para o gado.
A FAO declarou serem precisos 13 milhões de dólares, até ao final de Março, para chegar a 600 mil pessoas das mais afectadas pela seca.
O governo etíope e as Nações Unidas pedem 1.4 biliões de dólares para alimentar mais de dez milhões de pessoas.
Prevê-se que a crise de fome se agrave até às colheitas, em Setembro.