O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chegou às 16h20 (17h20 de Brasília) deste domingo (20) a Cuba, acompanhado da primeira-dama Michelle Obama, das filhas Malia e Sasha e da sogra. A visita é histórica. Trata-se do principal ato da quebra, promovida por Obama, do isolamento político e econômico imposto pelos americanos à ilha em 1962. O objectivo de Obama, no final de sua gestão, é deixar como legado um avanço inédito no processo de reaproximação entre os dois países.
Um presidente americano em exercício não visita Cuba há quase 90 anos. O primeiro - e único - foi o republicano Calvin Coolidge, em 1928. Harry Truman visitou apenas a base controlada pelos Estados Unidos na Baía de Guantánamo em 1958. Justamente essa base, usada como prisão pra terroristas, Obama prometeu desactivar ao ser eleito, em 2008. A promessa ainda não foi cumprida.
No domingo, Obama e sua família visitarão a parte velha da capital, Havana. Curiosamente, como fez na visita ao Brasil, em 2011, Obama trouxe também a sogra. A família deve ser recebida na catedral da cidade pelo cardeal Jaime Ortega, que apoiou, junto com o Papa Francisco, as conversas para o acordo de aproximação da relação entre Estados Unidos e Cuba. Obama se reunirá com o presidente cubano, Raúl Castro, na segunda-feira (21) quando pretende tratar dos obstáculos para o exercício dos direitos humanos na ilha.
A visita representa um passo decisivo no processo de reaproximação dos dois países em curso desde o final de 2014, depois de mais de cinco décadas de congelamento nas relações. Com essas medidas, Obama trabalha dentro dos limites de seu cargo pela reaproximação dos dois países. O fim do embargo comercial contra Cuba – que acaba de completar 55 anos – só pode, no entanto, ser determinado pelo Congresso americano, hoje de maioria republicana e contrária à medida.
A polícia de Cuba deteve dezenas de militantes do movimento dissidente Damas de Branco horas antes do início da visita do presidente Obama. O movimento Damas de Branco foi criado por mulheres de opositores ao regime comunista. As detenções foram anunciadas quase à mesma hora em que Obama partiu da base aérea de Andrews, nos Estados Unidos, pouco depois das 14h30 no horário de Brasília, para Cuba. Os militantes e de simpatizantes estavam frente à igreja em que costumam reunir-se em protesto aos domingos.