Agora que as famílias das vítimas do atentado de Lahore enterram os seus mortos.
Os talibãs reivindicaram este ataque, tal como os últimos no Paquistão, levantam-se as questões.
Que fazem os talibãs no Paquistão, os mesmos talibãs do Afeganistão e por que visam eles os cristãos?
É uma minoria visada por ataques violentos nos últimos tempos.
Visada na intenção, ainda que o atentado de Lahore tenha feito muitos mortos nas fileiras muçulmanas.
Uma lei paquistanesa contra a blasfémia, que remonta há 30 anos, é frequentemente usada como pretexto.
Antes da divisão do país, em 1947, as minorias eram 15% da população paquistanesa. Agora não são mais do que 4 por cento.
A população é quase esmagadoramente muçulmana. Seguem-se os hindus, com apenas dois por cento e depois os cristãos, com 1,6 por cento.
É ao abrigo de uma lei herdada dos britânicos, mas reforçada sob a ditadura do general Zia ul Aq, que os cristãos são visados.
Uma lei sobre blasfémia que condena aqueles que insultem de alguma forma o Islão e o Profeta. Uma lei que os islamitas radicais defendem a todo o custo.
Tal como os manifestantes que expressam apoio ao radical Mumtaz Qadri, executado em fevereiro por ter assassinado em 2011 o Governador Salman Taseer, para quem trabalhava enquanto guarda-costas. Taseer opunha-se à rigidez da lei das blasfémias.
Na fronteira com o Afeganistão, nas zonas tribais do Waziristão, os talibãs conduzem uma guerra sangrenta contra o exército desde há dois anos.
A ofensiva militar lançada a Junho de 2014 tinha como alvos vários grupos da zona, depois do ataque ao Aeroporto Internacional de Jinnah, reivindicado pelos talibãs.
Uma ofensiva que fez parte de um conflito que ainda decorre no noroeste paquistanês e do qual se estimam mais de duas mil mortes.