Fundador do site Wikileaks considera-se um jornalista e diz a “colegas” que devem estar preocupados porque "podem ser os próximos" a ser atingidos.
Julian Assange afirmou, numa entrevista a uma televisão dos Estados Unidos, que a disposição de Washington para o julgar deve ser vista como um aviso a todos os meios de comunicação social.
"Houve tentativas deliberadas de retirar [ao Wikileaks] as protecções oferecidas pela Primeira Emenda" da Constituição norte-americana, que garante a liberdade de expressão, vincou à MSNBC Julian Assange, que se considera um jornalista.
"Devemos continuar juntos [os jornalistas] e resistir a esta reinterpretação da Primeira Emenda", acrescentou, citando "relatórios" de procuradores dos Estados Unidos que planeiam "perseguir" o jornal diário “New York Times” por considerarem que a publicação dos cerca de 250 mil telegramas diplomáticos reflectem "conspiração" e "espionagem".
Se "as autoridades americanas tentam atingir-nos para nos destruir", os outros jornalistas devem estar preocupados porque "podem ser os próximos" a ser atingidos, sugeriu o fundador do Wikileaks.
Na entrevista à MSNBC, citada pela agência de notícias France Press, Julian Assange rejeitou ainda as acusações de "terrorismo de alta tecnologia" de que foi alvo, inclusive por parte do vice-presidente norte-americano, Joe Biden.
"O terrorismo define-se pela violência ou pela ameaça de violência que um grupo utiliza para atingir fins políticos", afirmou, lembrando que "em quatro anos de publicações do Wikileaks em 120 países nunca ninguém ficou ferido com a actividade" do site.
"Quem são os terroristas aqui não somos nós", ironizou Assange, afirmado ainda que "regista as ameaças repetidas" solicitando o seu "assassinato" ou o "sequestro" da equipa do Wikileaks.
Fonte:RR