Em meio ao escândalo pela descoberta por parte da Justiça do luxuoso património do empresário Lázaro Báez, amigo e sócio da família Kirchner, preso e investigado por suposta lavagem de dinheiro, o promotor federal Carlos Rívolo ordenou a abertura de um novo processo envolvendo a ex-presidente Cristina Kirchner e seu filho, o deputado Máximo Kirchner, acusados de suposto enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos. Actualmente, a ex-chefe de Estado está sendo investigada em mais de cinco processos em mãos dos tribunais de Buenos Aires, por denúncias de lavagem de dinheiro, não cumprimento dos deveres de funcionário público e participação numa associação ilícita que provocou prejuízo de cerca de R$ 7 bilhões ao Banco Central do país, entre outros delitos.
Rívolo está actuando no caso Los Sauces, nome de uma das empresas da família Kirchner, que administra alguns de seus hotéis na Patagónia. A denúncia foi apresentada pela deputada e ex-candidata presidencial Margarita Stolbizer, uma das congressistas mais activas no combate à corrupção. Segundo Margarita, a sociedade Los Sauces foi usada para lavar dinheiro através do aluguem de imóveis que pertencem à ex-família presidencial.
Cabe agora ao juiz Cláudio Bonadio, antigo desafecto dos Kirchner e que investiga aliados da ex-presidente em diferentes casos, dar prosseguimento à acusação e exigir depoimento da parte da ex-mandatária. Há poucas semanas, Cristina prestou depoimento a ele, por escrito, no caso sobre supostas irregularidades na venda de dólar futuro no Banco Central. Um de seus assessores jurídicos, o ex-magistrado da Corte Suprema de Justiça, Eugénio Zaffaroni, admitiu que Bonadio provavelmente vai processar a ex-presidente no outro caso.