Da marrabenta ao canto lírico, o Presidente da República condecorou em Maputo cinco músicos. Num jantar com personalidades da cultura houve actuações dos galardoados, mas Marcelo não quis dançar.
Não dançou à noite, mas à tarde, na Escola Portuguesa de Maputo não resistiu a um pé de dança.
Lembrando que o Estado português já condecorou escritores, pintores e fotógrafos moçambicanos, Marcelo Rebelo de Sousa disse, no terceiro dias da sua visita de Estado a Moçambique, que quis corrigir uma lacuna e atribuir a Ordem de Mérito a cinco músicos.
"Reparei que, apesar de todos os presidentes da República de Portugal terem condecorado vários criadores artísticos e culturais de Moçambique, curiosamente nunca condecoraram um músico", afirmou o chefe de Estado.
A distinção foi atribuída a Dilon Djindji, descrito como um dos criadores da marrabenta, a um seu seguidor, Stewart Sukuma, ao saxofonista Moreira Chonguiça, como recriador das tradições moçambicanas no jazz, à cantora lírica Stella Mendonça e à oboísta Kika Materula, pelo seu projeto Xiquitsi, que realiza a Temporada de Música Clássica de Maputo e, em simultâneo, a formação de orquestras e coros em Moçambique.
Todos estes músicos actuaram durante o jantar e, quando duas das artistas que acompanhavam Stewart Sukuma convidaram Marcelo Rebelo de Sousa para dançar, o Presidente português declinou, ao contrário do que aconteceu na sua exuberante actuação à tarde com alunos da Escola Portuguesa de Maputo.
Acabou por ser o ministro da Educação de Moçambique, Jorge Ferrão, que dançou com as artistas, além de José Augusto Duarte, embaixador de Portugal em Maputo e assessor diplomático de Marcelo Rebelo de Sousa.
"Eu sou o que sou e não me posso queixar da vida. Mas uma parte importante do que eu sou foi moldado pelos escritores, atores, músicos, fotógrafos de Moçambique", observou, insistindo nas palavras usadas já em várias ocasiões de que, mesmo sendo Presidente de outra nação, esta é a sua "segunda pátria".