O líder da Renamo afirmou que vai aceitar o convite do presidente de Moçambique para indicar os nomes do seu partido para o reinício do diálogo de paz, após a deterioração da crise política e militar no país.
“Quanto à criação de uma equipa [de negociadores], quero já tranquilizar: daqui a dois dias, vou anunciar”, afirmou Afonso Dhlakama, em entrevista ao principal canal televisivo privado moçambicano, acrescentando que, na quinta-feira, serão divulgados “os nomes dos três membros da Renamo que vão dialogar sobre a agenda com o grupo de Jacinto Veloso “um dos elementos indicados pelo governo””.
O presidente da Renamo respondia a um convite endereçado pelo chefe de Estado, Filipe Nyusi, para indicar uma equipa para o reinício do diálogo sobre a actual crise política e militar no país.
As negociações entre o governo moçambicano e a Renamo estão paralisadas há vários meses, depois de a Renamo se ter retirado do processo, alegando falta de progressos e de seriedade por parte do executivo.
Nos últimos meses, Moçambique tem conhecido um agravamento da violência política, com relatos de confrontos entre a Renamo e as forças de defesa e segurança, além de acusações mútuas de raptos e assassínios de militantes dos dois lados e ainda ataques atribuídos pelas autoridades ao braço militar da oposição a alvos civis no centro do país.
O líder da Renamo está supostamente refugiado numa base na Gorongosa, província de Sofala, na sequência da invasão da sua casa na Beira, em Outubro do ano passado pela polícia, alegadamente numa operação de recolha de armas, depois de a sua comitiva ter sofrido duas emboscadas no mês anterior na província de Manica.