Activistas nigerianos informaram ter encontrado a primeira das 219 estudantes raptadas pelo grupo terrorista Boko Haram nesta quarta-feira (18). Segundo os líderes da comunidade, Amina Ali Darsha Nkeki, 19 anos, foi encontrada por um grupo de vigilantes enquanto buscava madeira na floresta de Sambisa – uma das bases dos militantes na fronteira entre Nigéria e Camarões.
Nkeki estava no grupo de 276 alunas raptadas enquanto dormiam em sua escola em Chibok, no dia 14 de Abril de 2014. Durante o transporte das meninas, 57 delas conseguiram fugir pelas florestas e voltaram para suas famílias. Porém, o paradeiro das 219 que não conseguiram escapar é completamente desconhecido até hoje.
Há algumas controvérsias sobre o estado da jovem, raptada quando tinha 17 anos. De acordo com fontes que falaram à emissora britânica BBC, Nkeki "foi encontrada com um bebê". Já a agência de notícias Associated Press afirma, com base em informações de parentes, que Nkeki está "grávida e com um trauma emocional grande".
De acordo com um dos líderes locais de Chibok, Tsambido Hosea Abana, a jovem era da cidade de Mbalala e foi encontrada "pela patrulha esta Quarta-feira 17. Através de seu Twitter, Abana ainda informou que "seis delas já estão mortas" e que Nkeki foi levada por tropas para Damboa. As informações não foram confirmadas pelas autoridades locais.
O desaparecimento das estudantes causou comoção mundial, com a campanha “BringBackOurGirls ("Tragam de volta nossas garotas", em tradução livre). Há informações de que a maioria das jovens foi obrigada a se casar ou foram vendidas como escravas, porém elas nunca foram localizadas. Em Maio de 2014, o grupo divulgou um vídeo com diversas meninas e algumas delas foram identificadas como as estudantes de Chibok. Desde então, não se sabe o paradeiro das meninas.
O Boko Haram, que significa "a educação não-islâmica (ou ocidental) é um pecado", começou como um grupo que combatia as escolas ocidentais na Nigéria em 2009. Porém, ao longo dos anos, os extremistas ampliaram suas ações contra vilarejos e mataram cerca de 20 mil pessoas em ataques sangrentos e disseram querer formar um califado islâmico no norte da Nigéria.