O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o líder ultranacionalista Avigdor Lieberman assinaram esta quarta-feira um acordo de coligação que resultará no governo mais à direita da história do país.
Antigo rival da extrema-direita, Lieberman vai assumir a pasta crucial da Defesa. O líder do partido Yisrael Beitenu prometeu políticas “responsáveis e razoáveis” e disse que o executivo continuará “bastante comprometido com a paz, com o acordo sobre o estatuto final e com o entendimento entre Israel e os seus vizinhos”, que espera que seja “bastante cooperativo e eficiente”.
Mas a associação polémica com os ultranacionalistas é vista com maus olhos pelos palestinianos.
Mohammed Shtayyeh, conselheiro do presidente da Autoridade Palestiniana, afirma que “o governo de Israel resulta de uma sociedade que vira demasiado à direita. Incluir um ministro fascista que vive num colonato manifesta um […] um afastamento dos esforços internacionais para pôr fim à ocupação e ao conflito nos territórios palestinianos”.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza, reagiu de forma particularmente virulenta à nomeação de Lieberman.
O porta-voz do movimento islâmico afirmou que “todos os líderes da ocupação são criminosos e assassinos. Nomear Lieberman é um indício do reforço do extremismo e do racismo da ocupação israelita”. Sami Abu Zuhri disse que o Hamas “apela à comunidade internacional para assumir as suas responsabilidades”.
O anúncio da abertura de negociações entre Netanyahu e Lieberman, na semana passada, tinha motivado na sexta-feira vivos protestos na Faixa de Gaza, para além de ter levado o anterior ministro da Defesa israelita, Moshe Yaalon, a abandonar o cargo.