Um camião acelerou cerca das 21:30 (hora de Lisboa) desta quinta-feira sobre uma multidão em Nice, sul de França, atropelando dezenas de pessoas. Balanço da polícia cerca das 02:00 (em Lisboa) contabiliza 80 mortos e 14 feridos em estado crítico, com o número de feridos total a ultrapassar a centena. As autoridades estão a tratar o incidente como um atentado, até porque, segundo fonte policial ouvida pelo Le Figaro, foram encontradas várias armas e granadas no interior do camião.
"As pessoas correm, é o pânico. Ele subiu a Promenade e avançou sobre toda a gente. Há pessoas ensanguentadas, sem dúvida feridas." As palavras eram de um jornalista do Nice Matin descreveram na perfeição o que aconteceu.
O pesado acelerou contra as pessoas que se encontravam na Promenade des Anglais, onde se tinham reunido para ver o fogo de artifício das comemorações do Dia da Bastilha, provocando o pânico imediato.
O ocupante - segundo o jornal Nice-Matin um natural de Nice de origem tunisina - acabou por ser morto pela polícia, que dispararam sobre o veículo depois de este se imobilizar, segundo testemunhos (e não ainda em movimento como chegou a ser avançado). O camião, segundo os media franceses, conseguiu andar durante dois quilómetros até se imobilizar.
Testemunha entretanto ouvida pelos media franceses descrevem que o camião "escolheu o maior número de pessoas" para abalroar. "Seguia como uma viatura louca", disse à BFMTV a testemunha que possui um estabelecimento comercial nas imediações da Promenade des Anglais.
Mickael Amar, cujo restaurante se encontra na Promenade des Anglais, explicou que o fogo-de-artifício tinha acabado há pouco quando o camião avançou sobre a multidão. "Às 22:20 (menos uma hora em Lisboa) vimos o camião passar a toda a velocidade e lançar-se contra centenas e centenas de pessoas", contou Amar à televisão LCI.
Uma outra testemunha, que se encontrava num restaurante libanês na marginal de Nice também assistiu à fuga das pessoas. "Vimos o movimento da multidão. Gritavam "atentado! atentado!" e ouvíamos disparos. Escondemo-nos no restaurante", explicou à BFM-TV.