O Paquistão acordou em estado de choque, um dia depois de um dos ataques mais mortíferos da história do país. A explosão num hospital de Quetta, no sudoeste do país, obra de um bombista suicida, foi reivindicada pelo Daesh e matou pelo menos 93 pessoas. Um grupo local de talibãs reivindicou também o atentado.
No hospital estavam reunidos cerca de 100 advogados, depois da chegada do corpo do presidente do ramo local da ordem dos advogados paquistanesa, morto a tiro nas ruas: “O ataque foi claramente planeado, com o objetivo de desestabilizar o país, a atividade económica e a vida política nesta província”, diz Imtiaz Gul, diretor do Centro para Pesquisas e Estudos de Segurança.
O primeiro-ministro Nawaz Sharif e o chefe do Estado-Maior, Raheel Sharif, visitaram o hospital e ouviram as críticas, nomeadamente sobre a falta de segurança.
O hospital estava a ser guardado apenas por um homem armado com um bastão, o que foi claramente insuficiente para impedir o ataque.
Este é o mais recente de uma série de atentados, num país muito castigado pelo terrorismo jihadista: “O atentado em Quetta aconteceu por causa da incompetência do governo. Antes, aconteceram outros incidentes do género. Tem havido muitos atentados contra os xiitas. Eu próprio sou xiita. Isto acontece porque o governo não presta qualquer atenção”, diz um residente local.
Para protestar contra este atentado contra a classe e contra o assassínio que lhe deu origem, a maioria dos advogados paquistaneses não foi trabalhar esta terça-feira.