O fluxo de chegadas tinha diminuído depois da implementação do acordo entre a UE e a Turquia em Março, mas o número de barcos que chegam tem subido diariamente este mês. Uma situação confirmada à Renascença pela equipa da Polícia Marítima portuguesa destacada em Lesbos e pela Save The Children.
Uma pequena lancha dirige-se para a ilha grega de Lesbos. A Polícia Marítima portuguesa recebe o alerta e imediatamente vai para o local. Resgata 19 paquistaneses antes de a embarcação se afundar. Isto foi há dois dias, mas tem sido assim diariamente.
“Houve um aumento considerável. É praticamente todas as noites, não só na nossa área, como também nas áreas que não são da nossa responsabilidade”, conta à Renascença o chefe da equipa da Polícia Marítima portuguesa que está actualmente em missão em Lesbos, Jorge Jesus.
Só este mês já chegaram mais de 1.300 pessoas à Grécia – um aumento de 144% comparado com o mesmo período em Julho. “Um dos motivos pode ser o tempo, porque há menos vento e as temperaturas subiram, o que significa que é menos perigoso atravessar o mar Egeu. Por outro lado, a situação na Turquia não está muito estável e esta pode ser uma razão para os refugiados que estão na Turquia se sentirem mais inseguros e arriscarem a viagem”, acredita Yasmine Colijn, coordenadora da organização Save The Children nas ilhas de Chios e Samos.
Há mais de 10 mil migrantes e refugiados bloqueados nas ilhas gregas – 3.800 dos quais são crianças –, a viver em condições degradantes, a dormir no chão e com pouco acesso a serviços básicos como casas de banho, denuncia a Save The Chindren.
No ano passado entraram na Europa mais de um milhão de migrantes e refugiados. Este ano chegaram 278 mil, mas mais de 57 mil pessoas continuam bloqueadas na Grécia e a rota dos Balcãs, que oficialmente tinha encerrado, começa novamente a ser usada. Este mês houve um aumento de 20% de entradas na Sérvia e de 22% na Hungria.