O secretário-geral das Nações Unidas apelou às potências mundiais para que se empenhem para “acabar com o pesadelo” na Síria, onde os ataques nos últimos dias causaram perto de 150 mortos.
Os Estados Unidos denunciaram no Conselho de Segurança que aviões militares russos e sírios lançaram nos últimos três dias pelo menos 158 ataques aéreos contra a zona leste de Alepo, numa ofensiva “sem precedentes”.
Samantha Power denunciou que enquanto os Estados Unidos e a Rússia negociavam em Nova Iorque um prolongamento da trégua que terminou na passada segunda-feira, aviões russos e sírios atacaram três das quatro bases dos “capacetes azuis” no leste de Alepo, que prestam assistência a vítimas civis dos bombardeamentos.
Power acusou a Rússia de “abusar do privilégio” de ser um dos cinco países com direito de veto no Conselho de Segurança da ONU para travar acções mais firmes contra o regime sírio pela “matança” que se verifica na Síria. “O que a Rússia está a fazer não é combater o terrorismo, mas sim uma barbárie”.
O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vitaly Churkin, disse ao Conselho de Segurança que a paz na Síria é “uma tarefa quase impossível no momento”. “Mais de 200 mil pessoas em Aleppo tornaram-se prisioneiras dos grupos terroristas, Jabhat al-Nusra e outros grupos. Eles estão a usar mulheres e crianças como escudos humanos. Ataques aéreos são usados apenas contra posições dos militantes e com a laser bombas guiadas”.
O embaixador do Reino Unido na ONU declarou: “Eles estão a sofrer ataques sem precedentes. É difícil negar que a Rússia mantém uma parceria com o regime sírio para realizar crimes de guerra. “
A Rússia e os Estados Unidos, que apoiam lados opostos na guerra civil síria, têm tentado resgatar um acordo de cessar-fogo que foi pelos ares depois que um comboio de apoio foi alvejado na última semana.