Peres nasceu a 2 de Agosto de 1923 em Vishniev, na Polónia, hoje parte da Bielorrússia, sob o nome de Szimon Perski. Em 1932, o pai emigra para a Palestina. A família junta-se-lhe dois anos depois. Os parentes que não emigram morrerão no Holocausto. A família muda-se de Telavive para um kibbutz. Casa-se em 1945 com Sonya Gelman (falecida em 2011).
Foi Prémio Nobel da Paz, num território em guerra constante nas últimas décadas. No estado de Israel, ocupou quase todos os cargos, e foi presidente até 2014.
O seu percurso e o seu legado não podem ser resumidos num artigo. Foi o obreiro do programa nuclear israelita e o arquitecto da sua estratégia diplomática, ancorando Israel no Ocidente, primeiro na Europa e depois na aliança com os Estados Unidos. Foi sempre o “embaixador” da imagem de Israel no estrangeiro, inclusive junto dos árabes. Foi um animador do processo de paz com os palestinianos. Os Acordos de Oslo de 1993 valeram-lhe, ao lado de Yitzhak Rabin e de Yasser Arafat, o Nobel da Paz no ano seguinte.
Foi “pomba” e foi “falcão”. Especialista nas altas e baixas manobras, “intriguista incansável” na definição de Rabin, sabia fazer compromissos com toda a gente e dizer aos interlocutores o que eles gostavam de ouvir. Na última etapa da vida desertou do Partido Trabalhista (Labor) para o Kadima (centro-direita).
É a última figura da geração dos “pais fundadores” de Israel, uma figura histórica que teve um papel decisivo em todos os momentos importantes desde a independência. Nunca foi popular mas morre, enfim, amado. Sofreu um AVC no dia 13 de Setembro.