Em Moçambique, a comissão encarregue de preparar o diálogo ao mais alto nível entre o Governo e o maior partido da oposição, a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), não retomou esta segunda-feira (10.10.) as conversações que se encontravam suspensas desde finais de Setembro. O fato acontece dois dias depois de Jeremias Pondeca, membro da comissão por parte da RENAMO, ter sido alvejado mortalmente a tiro por homens desconhecidos na capital.
O diálogo devia ter sido retomado esta segunda-feira depois de uma suspensão de dez dias para permitir que as partes pudessem preparar os seus posicionamentos em relação a uma proposta da mediação relacionada com a exigência da RENAMO de governar nas seis províncias onde afirma ter ganho as últimas eleições.
Tanto as delegações do Governo e da RENAMO como a dos mediadores não compareceram ao habitual local das sessões nem prestaram qualquer declaração à imprensa sobre a não retomada das conversações.
A não realização do encontro acontece dois dias depois de um membro da Comissão Mista do diálogo por parte da RENAMO, Jeremias Pondeca, ter sido baleado mortalmente por quatro homens que se faziam transportar numa viatura.
Para além de membro da Comissão Mista do diálogo, Jeremias Pondeca era membro do Conselho de Estado, membro sénior do partido e antigo parlamentar. O porta voz do comando da cidade de Maputo, Orlando Mudumane, disse esta segunda-feira (10.10.) à imprensa que Pondeca foi baleado no sábado (08.10.) na zona da Costa do Sol, durante a sua caminhada matinal de rotina.
"Dos exames preliminares efectuados no local foram encontrados sete invólucros de munições de uma arma do tipo AK 47. Infelizmente a vítima estava crivada de balas, uma acção criminosa bastante deplorável. ”.