Os novos esforços para retirada de civis sírios e insurgentes de bairros rebeldes do leste de Aleppo caíram por terra na manhã desta quinta-feira, depois que uma pessoa foi morta e vários civis e trabalhadores humanitários ficaram feridos enquanto eram transportados para ambulâncias da Cruz Vermelha. De acordo com a TV estatal síria, cerca de quatro mil rebeldes e seus familiares deveriam deixar a cidade nas próximas horas, após o alcance de um novo acordo de cessar-fogo que permitirá a saída de milhares de civis e combatentes da oposição da cidade.
A Defesa Civil síria, um grupo de voluntários também conhecido como “Capacetes Brancos”, disse no Twitter que um de seus membros foi atingido por uma bala disparada por um atirador do governo.
Activista no leste de Aleppo, Bassem Ayoub relatou que homens armados atacaram ambulâncias e pessoas feridas que estavam sendo levadas ao veículo para a evacuação, e que pelo menos seis pessoas haviam sido baleadas.
Depois de uma tentativa fracassada na quarta-feira, um novo pacto de trégua foi firmado entre as partes. Mais cedo, o Exército da Rússia informou que, por ordem do presidente Vladimir Putin, militares sírios e russos preparavam a retirada de rebeldes e civis para Idlib.
"A retirada dos rebeldes acontecerá a bordo de 20 autocarros e 10 ambulâncias que percorrerão o corredor especial em direcção a Idlib", noroeste da Síria, explicou o Exército russo em nota. "As autoridades sírias garantem a segurança de todos os combatentes que decidiram deixar os bairros do leste de Aleppo".
Também há preparativos para permitir a saída de feridos e civis pelo sul de Aleppo, indicou à agência AFP uma fonte rebelde.
Uma iniciativa similar foi suspensa na quarta-feira, apesar de um acordo mediado pela Rússia, aliada do regime sírio, e pela Turquia, que apoia os insurgentes. Após o fracasso da retirada, os combates foram retomados em Aleppo.
A Rússia acusou os rebeldes de terem reiniciado os combates e de bloquear a retirada de milhares de civis presentes no leste da cidade. A Turquia, por sua vez, voltou a acusar as tropas sírias e seus aliados pela nova onda de violência.