A Igreja Católica celebrou o 103.º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que o Papa decidiu dedicar este ano aos “migrantes menores de idade, vulneráveis e sem voz”.
Francisco recorda as crianças vítimas de “exploração” ou “encaminhadas para a prostituição ou pornografia”, entregues como “escravas do trabalho infantil” e “alistadas como soldados”, e também as que são “envolvidas em tráfico de drogas e outras formas de delinquência”.
“Tantas meninas e meninos” que actualmente são também “forçados por conflitos e perseguições a fugir, com o risco de se encontrarem sozinhos e abandonados”,realça
No âmbito do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, assinalado pela Igreja Católica em todo o mundo, Francisco destaca “o dever de chamar a atenção para a realidade dos mais pequenos “especialmente os deixados sozinhos, pedindo a todos para cuidarem” de modo particular desta faixa da população migrante.
O Papa defende a urgência “de adoptar todas as medidas possíveis para garantir protecção e defesa das crianças migrantes, “três vezes mais vulneráveis – porque de menor idade, porque estrangeiras e porque indefesas – quando, por vários motivos, são forçadas a viver longe da sua terra natal e separadas do carinho familiar”.
Privadas dos mais elementares apoios, muitas crianças “acabam facilmente nos níveis mais baixos da degradação humana, onde a ilegalidade e a violência queimam numa única chama o futuro de demasiados inocentes, enquanto a rede do abuso de menores é difícil de romper”, alerta.
“Pela sua delicadeza particular, a idade infantil tem necessidades únicas e irrenunciáveis”, prossegue Francisco, lembrando ainda a importância de garantir a adequada “integração das crianças” migrantes e suas famílias nos países de destino.
Também a urgência de se “adoptarem procedimentos” nacionais e internacionais que contrariem as “causas da emigração forçada dos menores” e de se encontrarem “soluções duradoras” para um problema “complexo”, que tem na sua “raiz” uma mudança significativa na realidade migratória.
Ao contrário do que acontecia há algumas datas, aponta Francisco, o “fenómeno” migratório já não engloba “apenas pessoas à procura de um trabalho digno ou de melhores condições de vida”.
Envolvidos nestes fluxos estão também cada vez mais “homens e mulheres, idosos e crianças forçados a abandonar as suas casas” devido a situações como “guerras, violações dos direitos humanos, corrupção, pobreza, desequilíbrios e desastres ambientais”.
Estas pessoas rumam à Europa e a outros continentes “com a esperança de se salvar e encontrar paz e segurança noutro lugar. E os menores são os primeiros a pagar o preço oneroso da emigração”, realça o Papa, que termina a sua mensagem reforçando “o direito” dos mais novos a crescerem “num ambiente saudável e protegido”.
A “crescerem sob a guia e o exemplo de um pai e de uma mãe” e a receberem “uma adequação adequada, principalmente na família e também na escola”.
“De facto, em muitas partes do mundo, ler, escrever e fazer os cálculos mais elementares ainda é um privilégio de poucos. Além disso todos os menores têm direito de brincar e fazer actividades recreativas; em suma, têm direito a ser criança”, conclui.