Barack Obama despediu-se esta quarta-feira dos jornalistas da Casa Branca, em Washington, durante a tradicional última conferência de imprensa de fim de mandato.
A dois dias de ser substituído no cargo, o presidente cessante regressou ao lema da mudança, desta vez para afirmar que espera uma mudança de Donald Trump, sobre a questão da reaproximação à Rússia ou sobre o desmantelamento do sistema de saúde Obamacare.
“Talvez que, depois de assumir o cargo e constatar a complexidade de certos dossiês, como o de garantir o acesso generalizado ao sistema de saúde, algo que diz que quer fazer, ou a forma de encorajar a criação de empregos e o aumento de salários, talvez estes objectivos desemboquem nas mesmas conclusões a que cheguei durante o meu mandato”.
Barack Obama criticou igualmente a proposta de Trump de levantar as sanções à Rússia.
Obama defendeu a manutenção desta medida enquanto Moscovo não respeitar a legislação internacional no que toca à soberania da Ucrânia.
“A razão destas sanções contra a Rússia tem a ver com as acções do país na Ucrânia e é importante que os EUA defendam o princípio de que grandes países não podem invadir e agredir países pequenos”.
Durante a conferência de imprensa Obama evocou ainda outros temas relacionados com os seus oito anos de mandato, das razões do fracasso das iniciativas de paz israelo-palestiniana aos avanços da sua política de reaproximação com Cuba.
O presidente cessante deixou ainda um conselho ao seu sucessor, “que nunca aja sozinho, que trabalhe sempre em equipa e que não se limite a ouvir aqueles que lhe dão razão”.
Obama não escondeu, no entanto, um certo desgosto ao admitir que Trump, “venceu uma eleição defendendo políticas contrárias às minhas”. Única compensação, para Obama, a perspectiva de mudança, a de Trump face ao peso e à responsabilidade do poder.