O candidato do centro-direita, suspeito de uso indevido de fundos, juntou milhares de apoiantes num comício em Paris e pressionou o partido a esquecer "as paixões do momento".
Milhares de pessoas juntaram-se, este domingo à tarde, junto à Torre Eiffel, em Paris, num comício de apoio a François Fillon, num momento em que a participação do candidato de centro-direita às presidenciais francesas na corrida permanece uma incógnita e envolta em polémica, para ouvi-lo defender-se do escândalo do uso indevido de fundos para contratar a mulher como assistente e apelar a um voto de confiança do partido republicano.
Diante de uma praça repleta de apoiantes, empunhando milhares de bandeiras de França, o candidato do centro-direita às presidenciais francesas dirigiu-se em derradeira defesa. A todos os que estavam no Trocadero, em Paris, François Fillon começou por dizer que, embora as acusações contra ele sejam "injustas, revoltantes e instrumentalizadas", devia "pedir desculpa" por ter posto em causa a própria honra e a da mulher.
No discurso, que durou 28 minutos, Fillon salientou que tudo o que fez foi para defender o país, reconhecendo, no entanto, ter cometido "vários erros". O primeiro dos quais, nas palavras François Fillon, foi ter pedido à mulher para trabalhar para ele, garantindo que "não o devia ter feito".
O segundo erro, sublinhou o candidato, foi ter "hesitado" no momento em que devia ter falado sobre o assunto.
Mesmo debaixo de chuva, os presentes ouviram depois os desejos de Fillon de ter uma França forte e unida, com uma posição de liderança na Europa.
Quase no final de uma intervenção muito aplaudida, o candidato, alvo de acusações, deixou um apelo à "escolha certa" dos apoiantes e terminou o discurso com um desafio aos correligionários políticos perguntando se vão deixar que "as paixões do momento prevaleçam sobre as necessidades de França".
A primeira volta das eleições presidenciais francesas realiza-se a 23 de Abril.