Na República Democrática do Congo, após a descoberta de valas comuns, na Província do Kasaï, no centro do país, vídeos divulgados atestam cada vez mais o uso da força excessiva nestes massacres.
Três vídeos que circulavam nas redes sociais levaram à detenção de sete militares, acusados pela justiça militar de crimes contra a humanidade. Nesses vídeos, os militares dispararam e executaram militantes do grupo Kamuina Nsapu, nome do líder abatido pelas forças de segurança em Agosto de 2016.
A RFI teve acesso a dois novos vídeos. O primeiro, filmado em Janeiro de 2017, pode explicar em parte o caso das valas comuns da localidade de Tshimbulu. Um militar conta que dispararam com lança-roquetes contra militantes do Kamuina Nsapu. De acordo com os vídeos, teriam existido operações deste género nas localidades de Kabundi, de Mfuamba, Mwanza Lomba et Tshimbulu.
Pelo menos oito valas comuns foram descobertas num perímetro de cinco quilómetros. A questão que se coloca é se estes presumíveis militares estariam a executar ordens ou se se tratariam de casos isolados.
A Justiça militar congolesa prometeu enviar uma missão para fazer uma investigação em torno dos abusos cometidos pelas forças de segurança e pelos militantes do Kamuina Nsapu.
Recorde-se que o Kamuina Nsapu se revoltou contra o Governo da RDC por não ter sido reconhecido como chefe tradicional, estatuto que daria direito a um ordenado segundo uma lei promulgada pelo Governo.