Ismaïl Haniyeh, foi eleito para dirigir o braço político do Hamas. Uma nomeação que acontece no momento em que o movimento tenta reconciliar-se com outros grupos palestinianos. Haniyeh substitui o veterano Khaled Meshaal, exilado no Qatar.
Uma mudança que toma forma quando o Hamas, considerado grupo terrorista pelos EUA e União Europeia, parece ter suavizado a sua posição no que diz respeito a Israel:
“Esta é também a confirmação de que o Hamas é renovável, consultivo e democrático e acredita na devolução do poder. Esperamos que a próxima fase, com Ismail Haniyeh, represente uma abertura para a região”, explica Fawzi Barhoum, porta-voz do Hamas.
Ao contrário de seu antecessor, Haniyeh permanecerá no pequeno enclave, sob bloqueio israelita há mais de uma década, para dirigir este movimento islâmico:
“O facto do líder político do Hamas estar dentro de Gaza faz com que tenha mais conhecimento sobre a situação da população. Se uma pessoa está fora de Gaza, não vai falar sobre as provações e preocupações das populações, corretamente, porque não sente da mesma forma que eles”, adianta um habitante de Gaza.
A mudança de liderança política no Hamas acontece dias depois de o movimento ter anunciado, pela primeira vez na sua história, uma mudança no seu programa político, no qual diz aceitar um Estado palestiniano limitado às fronteiras de 1967.