A Cáritas da Venezuela alertou para a situação de “mortalidade infantil e desnutrição” que afecta o país sul-americano, num clima de crise social e política agudizada pelos protestos de rua.
O Ministério Público da Venezuela confirmou esta terça-feira que 90 pessoas foram assassinadas na Venezuela desde Abril, no âmbito de protestos a favor e contra o Governo do presidente Nicolás Maduro.
Entre estes mortos há pelo menos 12 menores de idade.
A Igreja Católica tem vindo a pedir a abertura de um “canal humanitário” para que cheguem à Venezuela comida e medicamentos recolhidos noutras regiões.
“Perante uma crise tão delicada, qualquer ajuda é bem-vinda”, refere Janeth Márquez, presidente da organização, em declarações ao jornalista Carlos Zapata, publicadas no portal ‘Vatican Insider’ e enviadas à Agência ECCLESIA.
Segundo a Cáritas local, 68% das famílias da Venezuela estão forçadas a uma “privação nutricional”, que resultou num aumento do número de crianças em risco de fome.
Janeth Márquez admite que a instituição não tem possibilidade de oferecer respostas em grande escala, lamentando que existam menores em situação de “desnutrição severa”.
A Cáritas Portuguesa já ofereceu à congénere venezuelana a sua “solidariedade e disponibilidade” para ajudar a população daquele país, sobretudo os mais necessitados.
A organização católica está em contacto com a ‘Caritas Internationalis’ que se prepara para “accionar os mecanismos de apoio” às vítimas da instabilidade social, política e económica no país sul-americano.
A Cáritas da Venezuela tem promovido uma campanha denominada “panela comunitária” que permite oferecer uma refeição quente a populações em risco de fome, a cada sábado, tendo ajudado já mais de um milhão de pessoas.
O programa tem um custo de cerca de 200 mil euros mensais, apenas para adquirir alimentos.