O primeiro-ministro iraquiano, Haider Al-Abadi, proclamou neste domingo a vitória de seu exército em Mossul, cidade "libertada" após uma batalha de quase nove meses contra os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI), anunciou seu gabinete em um comunicado.
Mossul é a segunda maior cidade do Iraque e último grande reduto urbano que ainda era controlado pelos extremistas islâmicos. A reconquista da cidade é considerada a mais importante vitória das forças iraquianas desde que o grupo extremista sunita se apoderou, em 2014, de vastos territórios no país e na vizinha Síria. No entanto, a guerra contra o EI continua em outras cidades.
Abadi foi a Mossul se encontrar com os soldados, e cumprimentá-los pela vitória. Abadi "chega a cidade libertada de Mossul e felicita os combatentes heroicos e o povo iraquiano por esta importante vitória", indica o comunicado.
A batalha deixou a cidade em ruínas e matou milhares de civis.
A ONU afirma que cerca de 915 mil pessoas fugiram desde outubro de 2016, e 700 mil continuam fora de suas casas. Eles receberam um ultimato do EI: se converter ao Islã, pagar uma taxa especial ou abandonar a cidade, sob pena de execução.
Aos poucos, os sobreviventes tentam retornar às suas residências, e narram cenas de horror vividas nas ruas da cidade.
Nas últimas horas, comandantes militares do Iraque vinham afirmando que a retirada da cidade das mãos dos extremistas era iminente. Já o Estado Islâmico tinha prometido "lutar até a morte" em Mossul.
Mesmo antes da declaração formal de vitória, dezenas de soldados iraquianos comemoraram entre os destroços às margens do Rio Tigre neste sábado (8), alguns dançando ao som da música que tocava em um caminhão e atirando metralhadoras para o ar, afirmou um correspondente da Reuters.
O clima estava menos festivo, no entanto, entre os aproximadamente um milhão de habitantes de Mossul deslocados por meses de combates, muitos dos quais estão vivendo em acampamentos no lado de fora da cidade, com pouca proteção do calor do verão.
"Se não houver reconstruções, e as pessoas não voltarem para suas casas e recuperarem seus pertences, qual o significado da libertação?", disse à Reuters Mohammed Haji Ahmed, 43 anos, um vendedor de roupas, no acampamento de Hassan Sham, ao leste de Mossul.