“Confio ao Pai o pequeno Charlie e rezo pelos seus pais e as pessoas que o amaram” – Este o tweet lançado pelo Papa Francisco ao fim da tarde de sexta-feira, 28, depois da notícia da morte do bebé inglês.
“A nossa esplêndida criança já se foi. Sentimo-nos realmente orgulhosos de Charlie” – foi com estas palavras que Connie Yates e Chris Gard anunciaram ontem a morte do seu filho de 11 meses, depois da transferência – por decisão do Supremo Tribunal de Londres – a um hospício, onde lhe foi interrompida a respiração artificial que o mantinha em vida.
Charlie que sofria de uma doença genética rara, morreu depois de uma longa batalha legal dos pais, que queriam curá-lo graças a terapias experimentais nos Estados Unidos, não obstante a oposição do Hospital pediátrico de Londres – Great Ormond Street Hospital – onde estava internado e da justiça britânica.
Milhares de orações e declarações de afeição, estão a chegar aos pais de Charlie através dos novos meios de comunicação social e, devido ao excesso de tráfico não se pode aceder ao sítio web, onde se conta a dramática e dolorosa vicissitude de Charlie. Vicissitude que o Papa Francisco acompanhou e pelo qual rezou sempre.
Em declarações à Rádio Vaticano, D. Vincenzo Paglia, Presidente da Academia Pontifícia pela Vida, sublinhou a imensidão do amor de Deus que "nunca desliga a ficha”. Esta vicissitude nos leva a “promover uma cultura de acompanhamento” e a “dizer três grandes nãos: à eutanásia, ao abandono e ao “obstinação terapeutica”. Para o bispo, devemos ser, pelo contrário, favoráveis a “grandes sim” como o “acompanhamento, o progresso da ciência e o sim à terapia da dor.
Em Londres, o Cardeal Vincent Nichols, arcebispo de Westminster e Presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e Gales, declarou-se profundamente triste pela morte do pequeno Charlie, apresentou as condolências aos pais e assegurou-lhes a oração de toda a comunidade católica. O Cardeal Nichols referiu-se também ao pessoal do Hospital Pediátrico em que Charlie estava internado, hospital que disse ter visitado recentemente e onde – afirmou – os pequenos pacientes são tratados com grande profissionalismo.