O secretariado filipino da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) está a distribuir ajuda às pessoas que fugiram da cidade de Marawi por causa do conflito que se arrasta há mais de dois meses.
Num comunicado enviado hoje à Agência ECCLESIA, o secretariado português da AIS informa que a fundação nas Filipinas distribuiu “1500 kits sanitários” para todos os deslocados internos que residem temporariamente no bairro Tambacan, da cidade de Iligan, em parceria com a Diocese de Iligan e a Ordem de Malta.
A fundação pontifícia explica que Igreja Católica continua a auxiliar os deslocados internos, em centros de acolhimento, mas é necessário apoiar também quem foi viver para casa de familiares, nomeadamente, os Maranaos que precisam “de recursos para as suas necessidades básicas”.
“O principal problema que estas pessoas enfrentam é a falta de rendimento”, realça o comunicado, mais do que o desconforto de, por exemplo, viverem 15 pessoas numa casa.
A AIS explica que a maioria dos Maranaos eram comerciantes e empresários em Marawi e quando o conflito começou “há mais de 80 dias” deixaram as casas e empresas a pensar que “duraria apenas três dias”.
Segundo Rasmia Hadjiserab, de 63 anos, “é embaraçoso” dependerem de “ajuda humanitária” e a fundação realça que é um povo muito conhecido por ser “orgulhoso” e “muito respeitado” porque são “bons comerciantes”.
"Queremos recomeçar o negócio mas não podemos fazê-lo porque não temos capital suficiente. Todos os nossos bens foram deixados para trás na cidade de Marawi”, acrescentou a comerciante que tinha várias lojas.
Segundo a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, três aldeias ainda são controladas pelo grupo extremista Maute, ligado ao autoproclamado Estado Islâmico, que atacou a cidade de Marawi e os moradores que foram evacuados “não estão autorizados a regressar as suas casas”.
“Estamos plenamente conscientes de que a maioria dos muçulmanos deseja a paz. Pedimos a todos os católicos para rezarem com nossos irmãos e irmãs muçulmanos”, escreveu o arcebispo Socrates Villegas, presidente da Conferência Episcopal das Filipinas.
“Pedimos aos ocupantes, que afirmam adorar o mesmo Deus que todos nós, para não contaminarem o Seu nome pelo derramamento de sangue. Que a paz esteja com todos”, acrescentou o também presidente do secretariado local da Fundação AIS, no passado mês de Maio.