Não se acalma a tensão no Quénia, depois das eleições presidenciais de 8 de agosto e a proclamação da vitória do Chefe de Estado cessante, Uhuru Kenyatta. Um resultado contestado pela oposição liderada por Raila Odinga, que denuncia os métodos violentos da polícia. Segundo a Cruz Vermelha pelo menos 23 pessoas teriam morrido em confrontos entre as duas facções, e se conta cerca de uma centena de feridos. Neste dramático contexto, a Igreja local apela à paz e unidade nacional.
As eleições foram "um desafio", escreve a Conferência Episcopal do Quénia num comunicado do dia 12 de Agosto, mas ainda falta muito por fazer. Em primeiro lugar, portanto, os bispos lançam um apelo ao presidente e ao seu governo a "agir rapidamente para unir o País, dividido pelo período eleitoral". "Esperemos que nenhuma comunidade seja isolada por causa da sua opção política", sublinham os bispos, exortando em seguida todos os partidos a agir em nome “da unidade, paz e reconciliação”.
Também as forças da ordem são chamadas em causa: a elas, a Igreja do Quénia manifesta o seu apreço pelo trabalho de segurança realizado durante a votação, mas ao mesmo tempo pede "para evitar o uso excessivo da força quando tratam com as multidões, respeitando assim a sacralidade da vida", porque a sua tarefa é "proteger os cidadãos do Quénia e os seus bens". "Nenhuma vida se deveria perder por causa de uma votação ", afirmam os bispos.
Quanto aos protestos da oposição sobre os resultados das eleições, os bispos "imploram e exortam as partes interessadas a recorrer aos instrumentos legais previstos na Constituição", para pedir uma solução. Finalmente, dirigindo-se directamente aos cidadãos, os bispos os agradecem "por terem feito a sua parte" e os convidam "a manter a paz e a tolerância em cada momento", recordando que "a Igreja está pronta para caminhar ao lado do povo, garantindo orações e apoio constante”.