O líder da Renamo (o maior partido da oposição no país), Afonso Dhlakama, assegurou esta quarta-feira (30), que vai assinar com o Presidente da República, Filipe Nyusi, o acordo para uma paz definitiva em Moçambique, entre Outubro e Novembro deste ano.
"Este é o terceiro acordo que vou assinar. Será em Outubro ou Novembro, o mais tardar no princípio de Novembro", afirmou Afonso Dhlakama, citado pelo semanário privado Canal de Moçambique.
O líder da Renamo declarou que o seu partido está a negociar com cautela com o Governo moçambicano, para evitar um novo falhanço, depois do que aconteceu com os anteriores entendimentos entre as partes.
"Tudo o que está a ser feito com o Presidente [Filipe] Nyusi, estamos a ter cautela e não só, parece-me que ele próprio não quer ser igual aos outros e assumir compromissos que não vai assumir", disse Afonso Dhlakama.
Ainda de acordo com Afonso Dhlakama, a Renamo quer um acordo sobre pontos concretos das matérias em divergência, e o grupo de embaixadores convidados pelas partes para acompanharem as negociações deve estar atento.
"Queremos coisas concretas"
"Queremos coisas concretas e também estamos a alertar o grupo de contacto, para que abram os olhos, porque, no passado, foi um erro, motivámo-nos demasiado, quando assinámos acordos e não houve aqui o acompanhamento por parte da comunidade internacional", frisou o líder do principal partido da oposição no País.
Afonso Dhlakama reiterou que a Renamo exige a integração dos seus quadros nos postos de comando das Forças de Defesa e Segurança (FDS) e a aprovação de um pacote legislativo que preconize a eleição direta de governadores provinciais.
"O que está acordado [no diálogo entre as partes] é que o Presidente da República não pode anunciar a data das eleições em 2019 sem estes documentos estarem aprovados pela Assembleia da República, principalmente, para a eleição dos governadores", sublinhou o líder do principal partido da oposição.
De recordar que o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama encontraram-se no passado dia 06 de agosto findo num lugar não revelado em Gorongosa, província de Sofala, centro de Moçambique. Em maio findo, o líder da Renamo anunciou uma trégua militar por tempo indeterminado, nos confrontos com as Forças de Defesa e Segurança, após contactos com o Chefe de Estado moçambicano.
Fonte: Hermínio José Maputo