O governo americano já botou em prática a ordem do presidente Donald Trump de barrar a entrada de viajantes de sete países. O decreto atinge também os refugiados da guerra civil na Síria. A proibição está provocando protestos no Aeroporto JFK, em Nova York.
Quando chegaram no aeroporto de Nova York na noite de sexta-feira (27), dois cidadãos iraquianos, que tinham visto pra entrar, foram barrados.
Um deles - que trabalhou como intérprete pra soldados americanos no Iraque - foi liberado 19 horas depois.
Neste sábado, seis iraquianos e um iemenita nem puderam embarcar no avião que vinha do Egito para os Estados Unidos.
Eles não sabiam, mas horas antes o presidente Trump tinha posto a caneta pra funcionar. Num decreto, proibiu cidadãos de sete países de maioria muçulmana de entrar nos Estados Unidos.
O Iraque é um deles, o Iêmen outro. Também Irã, Síria, Líbia, Somália e Sudão. Além disso, Trump suspendeu por 120 dias o recebimento de qualquer refugiado. E se o refugiado for da Síria, está banido por tempo indeterminado.
Uma família de refugiados da Síria, que ia viajar neste sábado para Atlanta, foi mandada em vez disso para o Líbano.
A guerra civil da Síria é uma tragédia humanitária. Milhares de pessoas não tem acesso a água, comida e auxílio médico.
Mas o presidente americano diz: "A gente quer ter certeza de que não estamos deixando entrar a mesma ameaça que nossos soldados enfrentam lá fora".
Em relação à Síria, disse que agora vai dar preferência aos refugiados cristãos em detrimento dos muçulmanos.
O diretor do Conselho de Relações Americano-Islâmicas disse que com isso Trump está plantando as sementes do ódio e da divisão baseados na intolerância religiosa.
O Irã decidiu barrar americanos também. O presidente, Hassan Rouhani disse que não é hora de levantar muros, mas sim de reconciliação.
O veto deve desfalcar a cerimônia do Oscar. O diretor Asghar Farhadi já ganhou uma vez, e concorre novamente ao Oscar de melhor filme estrangeiro. Mas ele é iraniano e agora está banido dos Estados Unidos.
Numa entrevista a um jornal britânico o presidente Trump também falou sobre a Europa. Disse que outros países devem deixar a União Europeia assim como o Reino Unido fez. E disse que considera a aliança militar entre os Estados Unidos e países da Europa, a Otan, hoje, obsoleta.
O presidente da França, Fraçois Hollande, disse depois que a Europa não precisa de conselhos de gente de fora. E disse que a Otan só será obsoleta quando as ameaças forem obsoletas.
Hollande e Trump conversaram neste sábado (28) ao telefone. O francês insistiu na importância da Otan, criticou o protecionismo, e disse que ainda não é hora de relaxar as sanções econômicas contra a Rússia.
Mas num outro telefonema, o assunto foi exactamente esse: a relacionamento com os russos. Trump discutiu com Vladimir Putin a cooperação contra o Estado Islâmico na Síria. Os dois ficaram de marcar um encontro para tentar uma reaproximação entre os dois países.
Trump também falou ao telefone neste sábado com a chanceler alemã, Angela Merkel. Segundo comunicado da Casa Branca, os dois concordaram que a Otan é importante. Mas que precisam rever quanto cada país contribui pra financia-la. Trump costuma reclamar que os Estados Unidos pagam mais que os outros.
Neste sábado, o presidente americano assinou mais três decretos. Um deles dá um prazo de trinta dias para que o comando das forças armadas apresente um plano para acabar com o grupo terrorista Estado Islâmico.