A Conferência Episcopal da Nicarágua decidiu suspender a mediação nas negociações que visam superar a crise política e social no país, após agressões contra bispos e o representante diplomático do Papa, na Basílica de San Sebastián, cidade de Diriamba.
“A Igreja na Nicarágua repudia e lamenta profundamente a agressão física e verbal que foram objeto o cardeal Leopoldo José Brenes, arcebispo de Manágua; D. Silvio José Báez, bispo auxiliar; e o núncio apostólico D. Waldemar Somertag, representante do Santo Padre na Nicarágua”, refere o episcopado, em nota
Um grupo de paramilitares irrompeu violentamente na Basílica de San Sebastián, esta segunda-feira, agredindo os bispos e jornalistas presentes.
Os responsáveis católicos estavam em Diriamba, cerca de 40 quilómetros a sul de Manágua, para libertar um grupo de doentes e missionários franciscanos sitiados por paramilitares no templo.
“A delegação cumpria a missão de Jesus Cristo, estar ao lado do povo sofredor, uma visita pastoral aos sacerdotes e fiéis da região de Carazo, vítimas de polícias, paramilitares e turbas que provocaram a morte e a dor”, refere a Conferência Episcopal da Nicarágua.
O cardeal Leopoldo Brenes falou num momento “muito triste”.
“Fomos às paróquias não para cometer violência, mas para consolar os nossos sacerdotes, para acompanhá-los no seu sofrimento; no entanto, recebemos esta agressão e todos sofremos por Cristo”, comentou, numa intervenção divulgada pelo portal ‘Vatican News’.
320 pessoas já morreram desde e abril passado, quando se iniciaram os protestos contra o governo de Daniel Ortega.