A chefe do governo da Alemanha vai abandonar o cargo de presidente do partido conservador cristão-democrata, CDU, no próximo congresso em Dezembro. Angela Merkel adiantou ainda que não pretende dar indicações ou intervir na decisão sobre o seu sucessor à frente do partido.
O anúncio foi feito hoje, em conferência de imprensa, um dia depois de mais uma pesada derrota nas eleições regionais no estado federado do Hesse, em que o partido de Merkel perdeu 11 pontos percentuais em relação às eleições anteriores.
As últimas eleições regionais e sondagens têm sido desastrosas para os partidos CDU e também para o partido social-democrata, parceiro de coligação de Merkel. A erosão tem sido notória, com perdas significativas dos partidos tradicionais sobretudo para os populistas de direita do partido AFD e o partido dos Verdes de centro-esquerda.
Angela Merkel disse - portanto - que pretende manter-se à frente do governo, como chanceler federal até ao fim da legislatura em 2021, mas o governo tem-se mostrado muito instável, com constantes conflitos internos entre parceiros de coligação e ninguém pode garantir que o governo se vai aguentar.
A cena política na Alemanha está a sofrer enormes transformações: os grandes partidos tradicionais correm o risco de desmoronar. Muitos observadores políticos são de opinião de que a Europa precisa de uma Alemanha estável, numa altura de grandes de grandes mudanças políticas e desafios económicos. Angela Merkel prepara-se para abandonar o barco. A Alemanha deixará de contribuir para a estabilidade política no velho continente, dizem alguns observadores.