A pouco mais de um mês do Brexit, Theresa May pede duas coisas aos deputados: tempo e paciência.
Na Câmara dos Comuns, a primeira-ministra britânica avisou que não vai haver qualquer votação sobre o acordo de saída da União Europeia esta semana, enquanto ainda houver o que negociar com Bruxelas.
"As conversações estão numa fase crucial e precisamos de calma para conseguirmos as mudanças que esta Casa exige e implementarmos o Brexit a tempo. Ao conseguirmos as mudanças para a fronteira entre as Irlandas, protegermos e reforçarmos os direitos dos trabalhadores e o ambiente e ao reforçarmos o papel do parlamento na próxima fase das negociações, acredito que podemos chegar a um acordo que esta Câmara possa apoiar", defendeu May, no parlamento britânico.
A perspectiva de o Reino Unido sair do bloco comunitário sem um acordo está a deixar muitos deputados alarmados. Mas para a oposição trabalhista, as negociações de May dificilmente chegarão a algum resultado.
Em resposta à primeira-ministra, Jeremy Corbyn pôs em causa o trabalho junto de Bruxelas.
"Foi-nos dito que nos preparássemos para uma votação mais significativa esta semana. Depois de a primeira-ministra ter prometido mais uma vez garantir mudanças jurídicas importantes no backstop e isso não ter acontecdo. Agora a primeira-ministra vem ao parlamento com mais desculpas e mais atrasos. No comunicado, a primeira-ministra não conseguiu responder às perguntas mais básicas. Que progressos fez para identificar e arranjar soluções alternativas?, perguntou o líder dos trabalhistas?", questionou.
As soluções alternativas a que nem May, nem a oposição conseguem chegar têm no centro a questâo da fronteira entre a Irlanda do Norte e a Irlanda. Os apoiantes do Brexit recusam a permanência na União Aduaneira, mas Bruxelas já afirmou não estar disponível para rever os parâmetros do acordo.