O Conselho da ONU para os Direitos Humanos encetou esta Segunda-feira em Genebra a sua 40ª sessão que deve prolongar-se até ao 22 de Março. No seu discurso de abertura, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, deu conta da sua preocupação com a "derrocada" do sistema de controlo dos armamentos assim como o aumento dos discursos de ódio.
Ao anunciar ter mandatado o seu Conselheiro Especial para a Prevenção dos Genocídios, o senegalês Adama Dieng, para definir um plano global de luta contra os discursos de ódio, o Secretário-Geral da ONU constatou que "o ódio tornou-se banal tanto nas democracias liberais como nos sistemas autoritários". A este respeito, António Guterres tornou a condenar aquilo que denominou de "campanha insidiosa" organizada contra o pacto mundial sobre as migrações assinado em Dezembro em Marrocos.
Noutro aspecto, o Secretário-Geral das Nações Unidas considerou que os elementos-chave do sistema internacional de controlo dos armamentos estão a "ruir". António Guterres lamentou que "os estados estejam à procura de segurança não através da diplomacia mas -sim- através do desenvolvimento e da acumulação de novas armas". Neste âmbito, o dirigente deu conta da sua preocupação perante o recente abandono por Washington do "INF", um tratado assinado com Moscovo em 1987 ainda durante a guerra fria, proibindo os mísseis de médio e longo alcance.
António Guterres lançou também um apelo para que seja prolongado o prazo do "New Start", acordo passado entre os Estados Unidos e a Rússia em 2010 para a redução dos arsenais nucleares e cuja validade termina em 2021.
RFI