Qassem Soleimani foi morto no Iraque num ataque dos EUA. Parlamento iraniano classificou o comando central das Forças Armadas americanas como organização terrorista.
Um milhão de pessoas acompanhavam a chegada do corpo de Qassem Soleimani à cidade natal dele, Kerman, quando a confusão começou. As imagens foram gravadas por um celular logo depois da correria.
Em meio ao desespero, paramédicos e voluntários fazem massagem cardíaca para reanimar pessoas caídas no chão. Entre as vítimas, algumas crianças. Dezenas de sapatos ficaram para trás.
No hospital, um homem disse que estava no cortejo e, de repente, viu o que parecia uma onda na multidão. “Algumas pessoas foram pisoteadas, eu caí no chão e muita gente caiu por cima de mim”, ele contou.
Por causa da tragédia, o enterro do general, morto num ataque americano em solo iraquiano na semana passada, foi adiado por várias horas e só terminou à noite.
O parlamento iraniano decidiu destinar uma verba adicional de R$ 900 milhões à Força Quds, a divisão da Guarda Revolucionária do Irã, que era comandada pelo general, e aprovou uma medida urgente que classifica o comando central das Forças Armadas americanas como uma organização terrorista internacional. Com a medida, o comando militar americano e seus funcionários passam a ser sujeitos a sanções iranianas.
Em 2019, o governo de Donald Trump designou a Guarda Revolucionária Iraniana como terrorista e usou essa designação para ajudar a justificar o ataque ao segundo homem mais poderoso do Irã.
O governo do Irã prometeu uma reacção proporcional ao assassinato de Soleimani e já desenvolveu 13 planos de vingança. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, disse que a resposta iraniana será firme e dolorosa.
O chefe da diplomacia, Javad Zarif, planejava participar de uma reunião sobre a crise com os Estados Unidos na sede das Nações Unidas esta semana, mas as autoridades americanas não deram o visto a ele.
Um acordo entre Estados Unidos e ONU prevê que diplomatas que tenham compromissos na instituição sejam autorizados a entrar no país. O Departamento de Estado disse que não discute assuntos relacionados a vistos, e que cumpre suas obrigações legais.