O Conselho de Segurança da ONU fez um alerta nesta quinta-feira para a expansão do Estado Islâmico para o Afeganistão. As Nações Unidas temem que pequenos grupos radicais islâmicos possam se fundir e formar uma célula no país, que tem como principal ameaça os também sunitas do Talibã. Comandantes do grupo foram mortos por ataques aéreos americanos no país no último mês.
A presença de militantes do EI no Afeganistão foi confirmada pela missão de apoio da ONU ao país, a Unama. O enviado das Nações Unidas a Cabul, Nicholas Haysom disse que a ameaça é crescente.
— A presença do grupo é preocupante, mas a participação dele em território afegão não se deve tanto à função intrínseca na área, mas ao potencial dele de oferecer uma alternativa para outros grupos insurgentes isolados possam se manifestar — relatou, antes de acalmar os ânimos e dizer que os Jihadistas “ainda não estabeleceram raízes profundas”.
Testemunhas afegãs viram no início do ano bandeiras do EI substituindo antigas bandeiras do Talibã em diversos pontos do país. Em Janeiro, militantes do grupo afegão relataram que outros insurgentes estabeleceram contacto com o autoproclamado califa da organização, Abu Bakr al-Baghdadi, e representantes das Defesas americana e afegã reconheceram que havia recrutamento do grupo no país. Até mesmo foram relatadas milícias ex-extremistas que querem combater os radicais Jihadistas.
Revelou-se recentemente que o Estado Islâmico movimenta anualmente cerca de US$ 1 bilhão traficando heroína produzida em áreas do Talibã no Afeganistão.
Drones americanos mataram recentemente Hafiz Waheed, um comandante do grupo em solo afegão, assim como haviam feito com um tio seu que era comandante do Talibã e chegou a ficar preso em Guantánamo.