Os bispos católicos da Índia afirmaram que a “delicada” situação em Caxemira “exige” um esforço de todos os intervenientes “pela paz e a reconciliação”, para que não comece um conflito.
“Acompanhamos a situação com a nossa oração. Expressamos a nossa proximidade ao povo da Caxemira, que novamente vive dias de tensão e sofrimento. Com esperança de uma evolução pacífica dos acontecimentos, rezamos pela paz na Caxemira e em toda a Índia”, disse o bispo auxiliar de Ranchi, D. Theodore Mascarenhas, que terminou recentemente o mandato como secretário-geral da Conferência Episcopal da Índia
A Índia revogou o “estatuto especial” de Caxemira, garantido pela Constituição de 1947; o único Estado com maioria muçulmana (68% população local de 14,5 milhões de habitantes) passa a ser um “território” da união” administrado pelo Governo através de um representante, após uma medida aprovada pela Câmara Baixa do seu Parlamento.
O porta-voz da Diocese de Jammu-Srinagar, a única católica em Caxemira, disse que a decisão “poderia gerar um sentimento de distância e de alienação entre a população local e o governo central”.
Neste contexto, o padre Shaiju Chacko alertou para o aumento da “instabilidade interna e os riscos de radicalização violenta, especialmente entre os jovens”.
O Vatican News informa que ocorreram desordens e protestos, as forças de segurança prenderam mais de 500 pessoas, numa região onde foram retirados cerca de 20 mil pessoas entre peregrinos e turistas, e o Estado indiano enviou 50 mil soldados para se juntarem aos 60 mil existentes na região.
E o Papa Francisco nesta Segunda-feira 12, manifestou a sua proximidade a todas as comunidades da Índia, onde a época de monções e as consequentes cheias já provocaram pelo menos 140 mortos.
Numa carta enviada às autoridades indianas, publicada hoje pela sala de imprensa da Santa Sé, Francisco realça a sua “profunda tristeza” pela “trágica perda de vidas” que se tem registado naquele país, devido às intempéries dos últimos dias.
O Papa argentino deixa as suas “mais sentidas condolências aos familiares das vítimas mortais e dos feridos”, e recorda ainda todos quantos “perderam as suas casas e meios de sustento” devido a esta calamidade.
As chuvadas e inundações na Índia têm afetado sobretudo as regiões sul e oeste do país, com forte incidência nas localidades de Kerala, Karnataka, Maharashtra e Gujarat.
De acordo com as autoridades, cerca de 400 mil pessoas ficaram desalojadas por causa desta catástrofe natural.