A Organização Internacional de Polícia Criminal e Penal (INTERPOL) e o Mecanismo da União Áfricana para a Cooperação Policial (AFRIPOL) desmantelaram, recentemente, 24 redes cibernéticas criminosas nos países africanos que pretendiam se apoderar de mais de 40 milhões de dólares.
A informação foi avançada esta terça-feira pelo presidente da Interpol, Ahmed Naser Al-Raisi, na abertura da 26ª Conferência Regional Africana da organização, que decorre na capital angolana, Luanda.
Ahmed Naser Al-Raisi informou, ainda, que em Maio deste ano a Interpol e a Afripol, no âmbito das suas operações, bloquearam mais de 200 contas bancárias ligadas às várias redes de organizações criminosas da África Ocidental.
O alto dirigente da Interpol deixou uma clara mensagem às redes criminosas africanas, "de que não importa onde esses criminosos estejam vamos persegui-los e fazer com que enfrentem às barras da justiça".
Fez saber que, nos últimos tempos, a África enfrenta um aumento de crimes cibernéticos, que criam grandes desafios para os governos, empresas e cidadãos.
"Os ataques são cada vez mais complexos com os criminosos a utilizarem métodos inovadores para terem acesso a dados e informações confidenciais", vincou.
Reconheceu que os crimes cibernéticos crescem de forma muito rápida em relação às outras formas de criminalidade, lembrando que entre 2021 a 2022 a cifra atingiu 30 por cento.
Informou que o relatório de avaliação de crimes cibernéticos africanos identificou ameaças cibernéticas que afectam a região, incluindo ataques de crimes online, que pretendiam o roubo de informações sensíveis que ameaçavam a vida das pessoas.
O responsável da Interpol apontou a necessidade de se construir, cada vez mais, uma capacidade de combate aos crimes internacionais a nível global.
A Interpol é a maior Organização Policial universal que presta assistência policial, investigativa e coordena entre as várias polícias do mundo, a prevenção e o combate à criminalidade transnacional.
Com o evento, a Organização Internacional de Polícia Criminal e Penal pretende, entre outros temas, abordar os desafios actuais da criminalidade transnacional, a aplicação de leis sobre o terrorismo, cibercrime, crime financeiro e corrupção, tráfico de seres humanos e pirataria marítima.
A Conferência Regional Africana da Interpol conta com a participação de 350 delegados de países africanos, dos Estados Unidos da América, Canadá, Reino da Grã Bretanha, Austrália, Qatar, Sérvia, Guatemala e do Brasil. DC/SC