A maioria dos mineiros resgatados do Chile já está em casa.
Os primeiros a sair pediram para não serem tratados como estrelas ou heróis.
Mas o grupo avalia agora centenas de pedidos de entrevistas e ofertas de todo o mundo.
Uma multidão e uma chuva de confetis recebeu Edison Peña em casa, depois de setenta dias forçados de ausência.
No regresso ao lar, o mineiro resgatado do fundo da mina de cobre de San José agradeceu a fé dos que acreditaram na sobrevivência do grupo.
Carlos Mamani, boliviano e único estrangeiro do grupo, preso na mina cinco dias apenas depois de iniciar o contrato de trabalho, teve também direito a festa na chegada a casa.
No hospital, Mamani teve a visita do presidente boliviano. Mas, apesar das ofertas de casa e emprego, recusou, para já, o convite de Evo Morales para regressar ao país-natal, de onde emigrou com a família, em busca de uma vida melhor no Chile.
Em Copiapó, os médicos que tratam o grupo garantem que todos terão alta hospitalar até amanha, domingo.·
Os 33 mineiros serão seguidos de perto nos próximos seis meses para eventual detecção de sinais de stress pós-traumático.
Um dos factores de maior stress será a pressão mediática e a avaliação das centenas de ofertas recebidas de todo o mundo.·
Um cruzeiro às ilhas gregas, viagens à Europa para assistir a jogos do Real Madrid ou do Manchester, milhares de euros por entrevistas exclusivas, propostas para argumentos de livros e filmes.·
Às ofertas, o grupo concordou, para já, dividir em partes iguais eventuais proventos monetários.·
Segundo os médicos, os resgatados avaliam também a hipótese de voltar à mina de San José, para uma cerimónia que encerre oficialmente os 69 dias mais difíceis de 33 vidas.