Os líderes africanos lançaram um apelo para o fim da detenção de opositores políticos e reiteraram a necessidade de se pôr termo a uma era em que África está dominada pelo controlo do poder político.
O chefe de Estado malawí e Presidente em exercício da União Africana (UA), Bingu wa Mutharika, afirmou que entre as decisões chaves tomadas durante a cimeira de Addis Abeba encerrada terça-feira figura o apelo para o fim da crise na Guiné-Conakry, em Madagáscar e a cessação da tomada de poder ilegal em África.
"Devemos encorajar a democracia em África. Qualquer pessoa que afirmar que é apenas um jogo de cifras está enganada", sublinhou o Presidente Mutharika.
O Presidente do Malawi acrescentou que, em matéria de democracia, "vocês se ocupam de questões relativas às mulheres, aos jovens e às crianças". Bingu Wa Mtutharika desvendou uma nova visão cujo objectivo é ver no futuro o continente africano livre da fome.
Ele instou os líderes africanos a prestarem uma atenção particular às eleições democráticas.Os líderes africanos aprovaram uma lista de medidas visando pressionar os líderes que persistem em tomar o poder de maneira ilegal a fim de que o abandonem ou que sejam severamente sancionados.
Vários críticos acusaram a UA de usar duma dupla linguagem, afirmando que enquanto se insistia na realização de eleições democráticas, alguns líderes presentes no continente permaneciam no poder sem organizar eleições democráticas.
O Presidente Mutharika admitiu que a UA carece de fortes resoluções para impedir os líderes não eleitos democraticamente de exercer o seu poder.
A 14ª sessão ordinária da União Africana (UA), encerrada terça-feira em Addis Abeba (Eitópia), apoiou a candidatura da África do Sul a um assento não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas para o período 2011-2012.
O porta-voz do Ministério sul-africano dos Negócios Estrangeiros, Saul Molobi, afirmou que a candidatura de Pretória seria orientada "pelo seu compromisso de reforçar o sistema multilateral e pelo seu apoio a uma iniciativa multilateral alargada às questões de paz internacional e segurança".
"A pertença ao Conselho de Segurança representará uma oportunidade para promover a agenda africana e contribuir para a realização da paz e da segurança no continente e noutras regiões do mundo", acrescentou.
A eleição para o assento reservado à África decorrerá durante a 65ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas em Outubro de 2010.
Se for eleita, a África do Sul ocupará o seu segundo mandato de membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas depois de 2007-2008.
Durante este período, a entrada no Conselho de Segurança foi considerada como uma oportunidade para promover o renascimento africano, a agenda africana e os interesses nacionais da África do Sul, ao trabalhar para a manutenção da paz internacional e a estabilidade no plano mundial.
A África do Sul considera o Conselho de Segurança como uma plataforma para ajudar a promover o multilateralismo e respeitar a lei internacional e como o meio mais apropriado de garantir a estabilidade económica, a política mundial e a segurança.