O ministro burundês da Defesa, o general Germain Niyoyankana, advertiu hoje (quarta-feira) em Bujumbura que o exército se encontra numa grave crise que poderá conduzir o país para "um caos", a dois meses da realização das eleições gerais.
"Passa-se algo não habitual, pois desde que comecei a minha carreira no exército há 34 anos, nunca conhecemos uma crise que persiste a durar muito tempo, numa altura em que o país atravessa um período crucial ", declarou Germain Nyoyankana. Para o ministro que falava a imprensa, "se esta crise perdurar, isso poderá conduzir esse país para um caos". O ministro da Defesa teceu essas considerações durante a abertura do processo, perante o Conselho de guerra em Bujumbura, de 18 soldados detidos em janeiro e prosseguidos por "complôt militar " e "desestabilização das instituições". Em dezembro de 2009, foram detidos pelo menos seis sub-oficias, enquanto que oito outros militares foram expulsos do exército, supostamente acusados de terem incitado à revolta. O Burundi, tenta sair desde 2006, de uma guerra civil de 13 anos, que eclodiu na sequência do assassinato do primeiro presidente democraticamente eleito, o hutu Melchior Ndadaye, durante uma tentativa de golpe de Estado conduzida pelo exército, na altura dominado pela minoria tutsi. O Burundi é dirigido por um poder eleito, saído da antiga principal rebelião hutu do CNDD-FDD. O exército (28 mil homens) e a polícia (18 mil), são compostos em paridade entre as duas etnias. As eleições gerais, das quais a presidenciais e as legislativas estão previstas a partir de Maio, são um teste para a frágil paz conquistada graças ao apoio da comunidade internacional.
Esse processo, decorre num contexto conturbado no seio das forças da ordem.