Ingabire Umuhoza é acusada de ter proferido declarações julgadas "incitadoras ao ódio e ao genocídio", soube a imprensa de fonte policial em Kigali.
A medida de interdição contra a líder da oposição rwandesa foi tomada pelos Serviços de Segurança quando a visada se deslocava ao Aeroporto Internacional de Kigali para embarcar com destino à Europa para "visitar a sua família" instalada nos Países Baixos.
A Polícia rwandesa abriu um inquérito em Janeiro de 2010, depois do regresso ao país de Ingabire.
Ela é acusada nomeadamente de declarações julgadas "negacionistas" num discurso que manteve na sua visita ao memorial do genocídio de Gisozi, uma colina acima da cidade de Kigali.
No seu discurso, Ingabire criticou severamente o funcionamento das jurisdições "Gacaça", afirmando que estes tribunais populares encarregues de julgar os responsáveis do genocídio apenas se "limitaram a incriminar exclusivamente os hutus".
Num outro discurso organizado no memorial do genocídio dos tutsis, Ingabire indicara que o Governo rwandês e a comunidade internacional ignoraram "intencionalmente que houve um outro genocídio perpetrado contra hutus pela antiga rebelião da Frente Patriótica Rwandesa (FPR, actualmente no poder)".
Em Agosto de 2010, o Rwanda organiza as eleições presidenciais que vão decorrer pela segunda vez em sufrágio universal na história deste país da África Central.