De acordo com a G4S, a empresa de segurança contratada para vigiar o homem de 46 anos, Mubenga "sentiu-se mal", tendo morrido após a sua entrada no hospital de Hillingdon. Mas, segundo a imprensa britânica, pelo menos três testemunhas já contestaram esta explicação.
Depois de ler uma notícia sobre o sucedido, Kevin Wallis, um passageiro que estava sentado no mesmo corredor de Mubenga, contactou um jornalista do The Guardian via Twitter para contar aquilo que ouviu. "Não consigo respirar" terão sido as últimas palavras do angolano, enquanto os seguranças tentavam impedir que se mexesse.
"Tenho quase a certeza de que ele morreu asfixiado", afirmou Michael, uma outra testemunha que seguia no voo da British Airways, em declarações ao mesmo jornal britânico.
"A última coisa que o ouvimos dizer foi que não conseguia respirar, enquanto três seguranças que deviam pesar cem quilos, o seguravam contra o banco", acrescentou Michael, que considera as explicações da G4S "completamente falsas".
Mubenga, que viu um pedido de asilo no Reino Unido ser-lhe negado, ia algemado e, de acordo com as testemunhas, já estava nervoso antes de entrar no avião.
O angolano tinha sido condenado em 2006 a uma pena de dois anos de prisão por se ter envolvido em desacatos numa discoteca. Segundo a esposa. Makenda Kambana, o marido estava calmo quando lhe ligou, por volta das 15.00 de sexta-feira, e parecia dar-se bem com os guardas. "Estavam a ser amigáveis. Não lhe puseram algemas porque ele estava a ser simpático. Ouvi-os perguntarem sobre os nossos filhos", acrescentou a viuva.