As autoridades moçambicanas registaram 231 casos de tráfico de menores desde 2008, mas admitem que os números fiquem aquém da realidade, por falta de um banco de dados fiável.
O número foi avançado num colóquio sobre direitos da criança, realizado na semana passada em Maputo, citado pelo jornal Notícias.
O número foi avançado num colóquio sobre direitos da criança, realizado na semana passada em Maputo, citado pelo jornal Notícias.
Dos 231 casos, 141 foram da alçada da Brigada Central Anti-Tráfico e desses apenas 28 foram resolvidos.
Ainda segundo a mesma fonte, a Linha Fala Criança registou de Novembro de 2009 a Junho deste ano, mais 75 casos de tráfico de crianças. Na fronteira de Ressano Garcia, com a África do Sul, foram registados 15 casos desde 2008.
Em Moçambique, os casos mais comuns de tráfico de crianças prendem-se com promessas falsas, venda das crianças para pagamento de dívidas e rapto.
"Normalmente, as pessoas traficadas são sujeitas a abusos, físico, sexual e/ou psicológico. Vezes sem conta são submetidas a exploração laboral, doméstica, agrícola, prostituição de rua ou em locais fechados (bares e clubes), pornografia, casamento prematuro e forçado, bem como acabam sendo mortas", diz o Notícias.
Em Moçambique o tráfico de crianças dá-se segundo três tendências: das zonas rurais para as urbanas mais próximas, destas zonas urbanas para as grandes cidades de Maputo, Nampula e Beira, e de Maputo para a África do Sul.
Na passada segunda-feira, em Pretória, Aldina dos Santos, uma moçambicana que está a ser julgada por tráfico de crianças, reconheceu pela primeira vez que aliciou e transportou três meninas de Moçambique para a África do Sul.
Aldina dos Santos, Diana, que está desde 2008 a ser julgada, negou no entanto que tenha submetido as meninas a um negócio de exploração sexual.