União Europeia lança investigação a Mario Draghi

 

uerosimbolo_520Um alegado conflito de interesses está na origem da investigação levada a cabo pela UE. A ligação de Draghi ao grupo de pressão presidido por Jean-Claude Trichet - Group of Thirty - desencadeou uma queixa, que abriu portas à investigação.

 

Mario Draghi está a ser investigado pela União Europeia por alegado conflito de interesses. A ligação do presidente do Banco Central Europeu (BCE) a um grupo de pressão motivou uma queixa, que deu origem à investigação.

 

O lançamento da investigação foi confirmada pela UE à Reuters. "Recebemos uma queixa e enviámos uma carta ao Banco Central Europeu. Neste momento, estamos à espera de uma resposta", comentou à agência a porta-voz de Nikiforos Diamandouros, o provedor de justiça europeu, Nikiforos Diamandouros.

 

De acordo com a página de Internet do provedor, o caso, aberto a 24 de Julho, tem como pretexto o facto de a "participação do presidente da autoridade monetária no Grupo dos Trinta (Group of Thirty) ser incompatível com a independência, reputação e integridade do BCE". O BCE tem, de acordo com a Reuters, até Outubro para responder à carta.

 

Em Junho, um observatório europeu contra grupos de pressão, o Corporate Europe Observatory, acusou Draghi dessa falta de independência por fazer parte do Group of Thirty, um grupo privado que junta vários grandes nomes da finança e economia internacional, que poderia influenciar a sua posição.

 

O presidente deste grupo, em que participa Draghi, é Jean-Claude Trichet, o seu antecessor na liderança do BCE. Entre outros nomes de renome que pertencem a este grupo constam Martin Feldstein, Kenneth Rogoff ou ainda Mervyn King, o governador do Banco de Inglaterra.

 

Segundo a queixa deste observatório, a presença de Draghi neste Group of Thirty está "em desacordo" com as regras de ética do BCE. Para a entidade, este grupo contém "todas as características de um veículo de pressão para os bancos privados internacionais". Razão pela qual o presidente do BCE não "devia ser um membro, devido às preocupações em torno da independência e de potencias conflitos de interesse".

 

Mario Draghi chegou à presidência do BCE em Novembro do ano passado, depois de vários anos como governador do Banco de Itália. Antes dessa função, foi vice-presidente e director-geral do Goldman Sachs International, filial do banco envolvido nas operações financeiras que acabaram por esconder a dimensão do problema em torno da dívida grega no início dos anos 2000. O "Les Echos" acrescenta, igualmente, que vários membros da família de Mario Draghi trabalham para o Morgan Stanley, levantando questões sobre a sua independência.

Fonte:Negocios on line