Hillary Clinton já está no Quénia para a primeira etapa de uma visita que irá passar por vários países africanos. Durante 11 dias, a secretária de Estado norte-americana estará em África e irá centrar-se em temas como o fortalecimento das relações económicas com vários países e a estabilização da Somália.
Clinton chegou ontem pelas 18h30 (16h30 em Luanda) ao aeroporto Internacional Jomo Kenyatta, em Nairobi, mas só tem encontros marcados para amanhã no país onde nasceu o pai do Presidente norte-americano Barack Obama.
De manhã, irá discursar num fórum com representantes de cerca de 40 países africanos com relações económicas preferenciais com os Estados Unidos e deverá referir-se à intenção de Obama de alargar essas vantagens comerciais, estabelecidas em 2000 pelo programa americano sobre o crescimento e as possibilidades económicas em África (Agoa), a outros países, como o Bangladesh ou o Camboja, que concorrem com os países africanos em sectores como a indústria têxtil. Essa intenção de Obama tem, aliás, causado alguma inquietação nos países africanos que beneficiam de relações económicas preferenciais com os EUA.
Esta é a viagem mais longa de Hillary Clinton desde que assumiu a chefia da diplomacia norte-americana. O seu objectivo é também estreitar os laços com três potências de África - Quénia, Nigéria e África do Sul -, para além de visitar também Angola, República Democrática do Congo e Libéria, para depois terminar a viagem em Cabo Verde.
A visita de Hillary Clinton ocorre menos de um mês depois de Obama ter estado no Gana e entre os temas na agenda estarão também questões relacionadas com a segurança alimentar ou a saúde. Poucas horas antes da chegada, a embaixada norte-americana no Quénia emitiu um comunicado a criticar as autoridades quenianas por não julgarem os responsáveis pela violência vivida no país após as eleições de Dezembro de 2007, em que morreram cerca de 1300 pessoas. "Os Estados Unidos estão muito preocupados com a decisão do Governo de coligação que parece indicar que não será estabelecido um tribunal especial independente para julgar os responsáveis pela violência", lê-se no comunicado.
O Presidente do Governo queniano de coligação, Raila Odinga, respondeu à acusação ao dizer que "o país tem mais necessidade de lições sobre a forma de negociar com o resto do mundo do que sobre a forma de nos governarmos".